segunda-feira, novembro 20, 2006

Ressoucer

Veja você!
Sua saia é um pouco indecente. Sua blusa provoca (?)
Por entre tantos descontentamentos, brigas e mal entendidos, à família todos voltam. A família de amor, de esperança. A família que sustenta. Aquela em que as dores se apagam. Também aquela detentora de moral. Não entrarei nesse mérito.
Voltar.
Moça, aquela rosa do sul abafado no plástico... De que família será? Uma de saborosa sensação que te absorve, dissolve. Lindo o seu cantar! O eco de seu sotaque permanece nos ouvidos e essa nostalgia poderia ficar mais uma vez.
Foi o dia do linguajar. Dialetos e estrangeiros. De bêbados e alegres. De tristes.
As línguas queriam decifrar. Diziam: "Deixa entrar o amor! Abra sua porta do coração!" (e por que não as janelas também?)
Vamos, vamos, amanhã será dia de nova energia. Já está tarde e a chuva caiu! Vamos?

segunda-feira, novembro 13, 2006

Sonho de amor

E sonhei, sonhei. Foi um lindo sonho de amor. Conversávamos, nos acariciávamos, nos beijávamos...
Falei o que nunca tive coragem. Ouvi o que sempre quis. Ouvi o que fingia não ouvir.
Você falava com aquele jeito suave, rouco, forte e doce, envolvente e desacreditado. Que delicioso!
E gritei, e gritei, e gritei...
Gritei pro mundo. Assumi minha vergonha. Te assumi.
A gente não precisava mais fazer aquele jogo duro, de lançar poucas palavras e deixar que o outro tentasse desvendar. Pela primeira vez, assumimos o que o olhar dizia. Não o desviamos. Foi lindo, lindo, lindo!
A alegria era completa de saber que não tinha ido embora, que estava ao meu lado, que tudo não passava de um grande mal entendido. Deus te deu mais uma chance! Mas porquê ele fez isso? Você é quase perfeito! Acho que Deus só te queria pra alegrar o céu e te ter lá pra ensinar tudo que você ensinou aqui.
Eu nunca quis me certificar "que tu nunca mais vais voltar, vais voltar, vais voltar".
Daí, eu acordei. "Chorei, chorei até ficar com dó de mim".
Sorri pela sua lembrança. Sorri pelo seu sorriso. Sorri pela sua voz.
E apesar de todo remorso, de toda a saudade, fiquei feliz de saber que você voltou pra caçoar de mim...
Se tinha dúvidas que te amei, hoje não tenho mais.
Vou voltar correndo pra minha cama e dormir, e imaginar, e sonhar e cantar, e cantar, e cantar porque jamais cantei tão lindo assim!

sábado, novembro 11, 2006

Selvagem

Nossa, senhora, que medo!
Os rostos tão belos pareciam, agora, a sombra do demônio. Mas, sei lá porquê, anjos da guarda, mais que nunca, pareceram existir.
Sambar foi preciso pra dar aquela relaxada semanal. Mas era aquele samba cheio de remelexos, e de olhares, e de sacadas desentendidas, e de saudades mal cumpridas e o "deixa tudo como está" se foi.
As novidades eram tão pesadas à própria mãe, que não aguentou ver o desfecho pelo chão. Pobrezinha!
Tudo acabara sem o menor adicional a quem tanto lutou para manter a ética e a moral!
O que ética e moral?
Eu só queria que você não se sentisse só. Nem tão pouco sem saída.
Eu só não queria que você se sentisse tão mal, ao ponto de revelar seus mais altos e proibidos desejos (sim, aqueles que você diz não reprimir) a todos... Cuidado, muito cuidado!

domingo, novembro 05, 2006

Viciosamente sem destino

Pa... Pa... Pa... Pa...
O chantilly até as alturas, engolí-lo, virar o café que perde a graça perto do braquinho, sentar a buzanfa e sonhar. Perder a noção de tempo e espaço, aprender, acreditar no impossível, sofrer com a realidade...
O rolinho foi pro pé e entre risos e lágrimas, lá estava.
A sinuosa carcaça inclina pra frente, as mãos a segurar as fantasias e um par de membos inquietos.
Uno no nada. Uno no tudo.
Os três eles não foram e a falta foi grande.
Segue pro banheiro e sai, anda!

A noite-criança brincava de se esconder e quando era achada, sorria triste. Todos se escondiam, todos sumiam, mas todos voltavam. Voltavam. Voltavam. Voltavam.